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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sua Consciência


Sua consciência
Jussara Sartori Jeunon

Eu hoje sou a sua consciência.
Também sou o seu castigo.
De você não tenho clemência.
O que vale tê-lo como amigo?

Você, aos poucos, me viu crescer,
De adolescente virar uma mulher.
Era bonita e de mim não quis saber,
Trocou-me por umazinha qualquer.



Tantos anos se foram, passaram,
E vivo amarrada ao meu passado;
Meus sentimentos não calaram.
Ainda o quero muito a meu lado.

Não importa quem, outra qualquer,
Você partiu o destino, nossa sina.
Mas ainda quero ser sua mulher;
Continuo sendo a sua menina.

Em seu velho retrato, de outrora,
Coloquei-me juntinha a seu lado,
Para não estar a pensar que agora,
Faço só parte do seu parco passado.

Um hábil homem você se tornou,
Cresceu muito em sua profissão...
Mas mente que nunca me amou,
Gosta de fazer sofrer o meu coração.

Sou sua fria e mórbida consciência.
Aquela doce menina que enganou;
Sei que o crucifico na insistência,
Pois meu sentimento fora jogou.

Que não pense esquecer-me um só dia,
E que a noite tenha muitos pesadelos,
Hoje quero roubar todinha sua alegria,
Deixar de pé os seu vastos, belos, cabelos.

Quero que leve no seu pensamento,
O quanto profundo você me enganou;
Quero que sofra com dor e tormento,
O falso amor que no passado me jurou.

Pode até ignorar minha mensagem,
Que envio em meu digital caderno.
Sei que estamos aqui só de passagem
E sua vida se tornará um inferno.

Sei que o doce paraíso me espera
Pois lá há de ser o meu doce lugar.
E essa dor que no meu peito impera,
Um dia, com certeza, poderá acabar.

Sei que está aí na sua bela Cuzco,
E tenta parecer um homem recatado...
Mas, nas entrelinhas secas eu busco,
A alegria pura do meu triste passado.

Sei que estamos aqui só de passagem

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