Pesquisar este blog

domingo, 23 de maio de 2010

Senhorinha adolescente

Ontem fui a uma missa, na igreja do bairro onde moro, que deixou-me um tanto mais leve; pois o mundo que tenho carregado em minhas costas tem feito estragos em minha cabeça; são problemas enormes para um cérebro tão pequeno e, que às vezes, tenho que pensar por três, buscar soluções que já caducaram em meu coração, mas que fica espetando-me como se fosse um espinho encravado na pele e que não consigo arrancá-lo.


O padre era bem novo, menos de um ano de celibato, mas que parecia mais velho que eu em sua sabedoria; sua alegria era tão real e positiva que me fez sorrir várias vezes, o que é uma raridade atualmente.


Tenho tantos planos, dos quais já falei, mas o medo é imenso também (é do tipo “meter a cara na vida”); posso escorregar novamente em obstáculos que Deus vem colocando em meu caminho.


Já tirou um pedacinho do meu coração, quando ele batia freneticamente por um ser que eu acreditava ser o homem da minha vida toda, que tem as mãos mais lindas que já vi e que nunca fui nem serei acariciada por elas. É uma pena, mas o que fazer nessa altura da vida!


É por isso que me tornei uma poetisa, uma escritora de uma busca sem solução. E assim vou escrevendo... Ajuntando todos os pedacinhos do coração, tentando colocá-los dentro de um livro.


Hoje deixarei aqui mais uma poesia que sei que meu amado distante nunca verá.


Senhorinha adolescente

(Jussara Sartori Jeunon)


Hoje você é um jovem e sério senhor

e eu, ainda, uma senhora adolescente;

que ficou a esperá-lo com muito amor,

o mesmo que negou-me cruelmente.


Somos de terras distantes, é verdade;

mas meu pensamento sabe voar...

Quando sinto uma imensa saudade,

Atravesso a fronteira até o encontrar.


Meu jovem senhor, meu muito amado,

Não sei se você, ou mesmo essa vida,

quis que eu estivesse junto, a seu lado

nem que fosse a sua eterna preferida.


Dói muito recordar, ficar pensando,

na vida que nos engana e nos canta

a música chamada “vá esquecendo”;

ele trocou seu anjo por uma santa.


Foi sorte, quando me virou às costas,

Pois os anjos são belos e sabem voar,

as santas estão sempre de mãos postas,

não se manifestam, hão de estar a rezar.


Só sei que o tempo ainda não corrompeu,

Meu corpo solitário, meu pensamento...

E, para quem nunca o teve nem esqueceu,

envio-lhe um carinhoso beijo no vento.


Nenhum comentário:

Postar um comentário