Ontem fui a uma missa, na igreja do bairro onde moro, que deixou-me um tanto mais leve; pois o mundo que tenho carregado em minhas costas tem feito estragos em minha cabeça; são problemas enormes para um cérebro tão pequeno e, que às vezes, tenho que pensar por três, buscar soluções que já caducaram em meu coração, mas que fica espetando-me como se fosse um espinho encravado na pele e que não consigo arrancá-lo.
O padre era bem novo, menos de um ano de celibato, mas que parecia mais velho que eu em sua sabedoria; sua alegria era tão real e positiva que me fez sorrir várias vezes, o que é uma raridade atualmente.
Tenho tantos planos, dos quais já falei, mas o medo é imenso também (é do tipo “meter a cara na vida”); posso escorregar novamente em obstáculos que Deus vem colocando em meu caminho.
Já tirou um pedacinho do meu coração, quando ele batia freneticamente por um ser que eu acreditava ser o homem da minha vida toda, que tem as mãos mais lindas que já vi e que nunca fui nem serei acariciada por elas. É uma pena, mas o que fazer nessa altura da vida!
É por isso que me tornei uma poetisa, uma escritora de uma busca sem solução. E assim vou escrevendo... Ajuntando todos os pedacinhos do coração, tentando colocá-los dentro de um livro.
Hoje deixarei aqui mais uma poesia que sei que meu amado distante nunca verá.
Senhorinha adolescente
(Jussara Sartori Jeunon)
Hoje você é um jovem e sério senhor
e eu, ainda, uma senhora adolescente;
que ficou a esperá-lo com muito amor,
o mesmo que negou-me cruelmente.
Somos de terras distantes, é verdade;
mas meu pensamento sabe voar...
Quando sinto uma imensa saudade,
Atravesso a fronteira até o encontrar.
Meu jovem senhor, meu muito amado,
Não sei se você, ou mesmo essa vida,
quis que eu estivesse junto, a seu lado
nem que fosse a sua eterna preferida.
Dói muito recordar, ficar pensando,
na vida que nos engana e nos canta
a música chamada “vá esquecendo”;
ele trocou seu anjo por uma santa.
Foi sorte, quando me virou às costas,
Pois os anjos são belos e sabem voar,
as santas estão sempre de mãos postas,
não se manifestam, hão de estar a rezar.
Só sei que o tempo ainda não corrompeu,
Meu corpo solitário, meu pensamento...
E, para quem nunca o teve nem esqueceu,
envio-lhe um carinhoso beijo no vento.
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