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domingo, 30 de maio de 2010

Escrever é o que realmente lava nossa alma e ameniza as lembranças do coração; ese mi corazón tan sufrido, tan desgastado por el tiempo. Em minhas lembranças de um amor avassalador (para minha cabeça pura de adolescente sonhadora) Tenho raiva de mim mesma e vivo dizendo todos os dias para uns malditos retratos espalhados em meu quarto: -Jussara, você é estúpida demais: - Saiu da adolescência, ficou adulta, chegou mesmo a se casar com quem só a fez sofrer, assim como a seus filhos, continua sozinha , e sonhando com seu peruano. Soy una burrita mismo; muita vez sinto-me a própria Lady D’Arbanville; vejo-o na voz de Cat Stevens (amo esse cara; sua voz toca fundo meu coração e desenterra lembranças que estão bem mais profundas que a sete palmos do chão). Gostaria muito que meu amado estivesse morto de verdade, pois ele enganou-me covardemente, cruelmente; não se diz “eu te amo, amorcito”, só para ser gentil; não se corta as asas de anjos, não se limpa os lábios que esperam e anseiam beijos de amor verdadeiro. Eu me odeio! Vivo a ler e reler estas muitas carta, que estão ficando até com os envelopes gastos, de tanto manuseá-las. Naquele tempo eu rascunhava todas as cartas, pois aprendia o español a passos de tartaruga (por isso sei tudo que disse a ele também; ou fui amassada e jogada no lixo ou o correio pregou-me uma peça muito grande... hoje ELE deve morrer de rir, apesar de ser uma pessoa culta, bem encaminhada no mundo cultural e muito feliz... com outra) Por isso escrevo, escrevo e escrevo; creio mesmo que posso começar a pensar em editar minhas muitas poesias e minhas cartas de amor (para quando eu me for meus netos dizer: - Nossa, como vovó amou!). Hoje deixarei arquivada a “carta de amor” que mais me fez sofrer e que me traz mais saudade... E mais uma poesia... Mais uma, para embalar minhas lembranças:


Amor eterno

Jussara Sartori Jeunon


Você prometeu-me o paraíso,

Mas presenteou-me o inferno,

roubou meu mais puro sorriso,

só restou o meu amor sincero.


Quem é você, amado estrangeiro,

Que tanto amor me fez acreditar,

Ainda o amo, encontrei-o primeiro....

Por que quis, sem motivo, me trocar?


Quando esses versos chegar a ler,

Saiba que lhe fui sempre fiel...

E nunca pude jamais o esquecer...

Obrigada pela imensa taça de fel!


Como teve tanta força e coragem,

De dispor de mim como mero lixo,

Como se passasse só de passagem,

Em sua vida fútil, um capricho.


Não quero que sofras como sofro agora,

E nem perca tempo em me consolar.

Não preciso de dó, você já foi embora,

Enganou-me anos, dizendo me amar!


Sei, com certeza, que em outro espaço,

Em outro lugar sereno, noutra dimensão,

Terei seu amor, seu beijo, seu doce abraço,

Seu corpo todinho e seu ingrato coração.




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