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quarta-feira, 2 de junho de 2010

As três classes de homem

Hoje o dia está frio demais. Detesto o inverno; pois ele congela o coração, congela a alma, os bons pensamentos e esfria todo o corpo (desde o meu fio de cabelo até o dedinho do pé). Esse gelo letal faz-me lembrar outra época (essa bem funesta e desagradabilíssima, que foi a época em que estive casada, a época do meu cativeiro emocional e das minhas torturas físicas. Naquela época eu preferiria morrer e nascer novamente (em um lugar especial onde não tivesse nem um só HOMEM, esse ser abominável que só nos atrapalha em tudo e nos causa um sofrimento de quilômetros a se perder de vista). Falarei um pouco da segunda pessoa maligna, que ficou até tempo demais a meu lado e que, também, fez estragos profundos em meu caráter imaculado (deveria existir três lugares diferentes para se colocar os homens ou, em um português mais correto, três classes, assim distribuídas: - Um lugar enorme, cheio de castigos abomináveis, assim como correntes presas aos pés, com enormes bolas de ferro, para que eles não pudessem correr, ferramentas rurais, para que pudessem trabalhar até a exaustão, e um “feitor” para castigá-los a cada deslize, em sua escravidão perpétua por merecimento de conduta (esse seria o castigo do meu ex-marido; pelas muito ruins que fez comigo, pelas bofetadas, chutes e outras coisas horríveis que aprontou-me, extorquiu-me, roubando-me a paz e o sossego... esse seria o chamado “amor maremoto”, aquele que arrasa tudo e carrega tudo que está à sua frente... são os canalhas mais hediondos que povoam a terra). O segundo lugar seria o dos homens preguiçosos, mansos demais (àqueles chamados gigolôs), que ficam deitados, lendo jornal , vendo televisão ou em um bar qualquer bebendo alguma coisa, para depois infernizar mais a vida de sua “santa esposa”, que dá um duro danado, para colocar as coisas dentro de casa, levar os filhos no colégio, ajudá-los a fazer a tarefa de casa, brincar com eles e, ainda por cima, escutar milhões de coisas horríveis e ter que salvar seus filhinhos lindos das garras dele, que quer descontar sua ira, sua frustração e seus dotes pouco masculinos ( desses que não se encaixam em ser “o garanhão da madrugada”); meu ex-torturador também se encaixa òtimamente nessa classe (Arre!). Esses deveriam estar cercados de cobras super-venenosas, aranhas mortais (...é, meu ex adora O homem aranha), baratas, ratos de esgotos e outros bichos peçonhentos). Bem, na terceira classe de homens que fazem estragos em nossas vidas, está o vulto que me acompanha desde os meus inocentes dezessete anos, quando ainda não sabia o que era um beijo na boca (era uma tremenda idiota BV). Pero qué no lo sablán, BV és beso en la boca virgen. O lugar especial para esta classe de homens, que são românticos, dizem palavras tão maravilhosas de amor que seu coração até cai por terra, de tanta emoção, que são sociais, sociáveis, educadíssimos, estudiosos, têm lugar de destaque na sociedade, são prendados, estudiosos, ocupam um cargo de destaque na profissão que escolheu seguir (é o que meu Lino peruano de mãos maravilhosas fez comigo; deixou-me esperando-o a ver navios). O lugar para estes últimos seria uma ilha só de mulheres lindas, maravilhosas, onde ele seria o único homem e que elas o escravizassem, o matasse de tantos desejos e o tratasse com desdém, muito desprezo mesmo (que ele se tornasse uma pessoa com ódio do ser oposto, como eu. Creio que todas as mulheres deveriam ser felizes sozinhas, não depender do homem para nada. Que os filhos fossem gerados em laboratório; pois assim não haveria sofrimento, pois seríamos as donas do mundo; ninguém nos faria sofrer, seríamos educadas para fabricarmos nossa própria felicidade sem precisar de uma segunda pessoa para completá-la. Gostaria mesmo que todas as mulheres concordassem comigo, porque no mundo existe muita mulher sem dignidade, que usa seu corpo por sem-vergonhice mesmo ou para ganhar coisas (que chamo ou chamam de prostitutas); essas não podem opinar, por não estarem aptas a conviver em uma sociedade correta, intacta e bonita. Quando eu tinha quinze anos e era ainda uma criança (pois o meu príncipe peruano só apareceu um na depois), ainda pensava assim:

QUINZE ANOS

Jussara Sartori Jeunon


Hoje é meu esperado aniversário.

Quinze anos, bem feliz estou a fazer,

Comemoro nesse alto campanário,

Onde os sinos dobram de prazer.


Sou feliz, sou bem criança,

E não preciso a nada temer;

Pois a vida é uma bonança,

O sol está sempre a nascer.


Até ontem aminha boneca,

Era a minha filha adorada;

Guardei-a, já não jogo peteca,

Hoje só gosto de sonhar acordada.


Sou mocinha, sou criança,

Não posso nem quero crescer,

E tenho muita fé, esperança,

Em muitas capinas ainda correr.


Hoje deixo mais uma carta de amor (de falso amor) do meu peruano longinquo.Sei que ele nunca as verá mas,

se por acaso acontecer, quero que o remorso seja grande, por ter-me feito de idiota.



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